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O que todos deveriam saber?

Rock Jumping

Produzido por: RSA Events

A questão deste pequeno vídeo (8min.) é:
O que deveria ser de conhecimento de todos? Que conhecimento faria um mundo melhor caso todos o possuíssem?
Pense um pouco e nos diga: qual o tipo de conhecimento que todas as pessoas do planeta deveriam partilhar?
(A baixo uma tradução livre dos depoimentos do vídeo)

Shami Chakrabarty:
Confiança e força interior de saber que todos são iguais e que nenhum ser é superior ao outro.

Richard Curtis, fundador do Comic Relief:
Uma metade de mim pensa que todos deveriam ler o livro mais engraçado já escrito: Monty Python’s Big Red Book. Mas a outra metade acha que problemas de política global deveriam ser ensinados, todos os grandes problemas enfrentados pela humanidade como miséria, doenças e conflitos globais, deveriam ser ensinados ás pessoas desde a infancia, para que elas desenvolvam uma capacidade de pensar globalmente e tentar consertar os problemas que nos afligem.

Nicholas Christakis, cientista social:
O que todos deveriam saber é repassar o que elas aprenderam, desde resolver uma equação, escrever um poema, ou consertar um móvel, passar esse conhecimento adiante.

Anna Coote, da New Economics Foundation:
Todos deviam saber que dinheiro não compra amor, felicidade, afeição e bem-estar, e que estamos presos em um ciclo de trabalhar para lucrar, lucrar para comprar, comprar e depois jogar fora, consumindo recursos naturais e destruindo o planeta. devemos pensar mais em como valorizamos o nosso tempo e nosso trabalho, para acharmos melhores formas de usá-los.

Oliver Kamm, The Times:
Todos deviam saber mais sobre sua própria cultura local, de onde ela vem, o que ela gera. Todos deviam ter também uma educação artística livre, e o mais importante, saber sobre literatura e cultura e história que você tem em comum com as pessoas a sua volta, do seu ambiente.

Mathew Taylor, RSA:
O que deveríamos conhecer, é a nós mesmos, e devíamos ser bons nisso. Devíamos saber também no que somos bons, para focar e desenvolver nisso e no que somos ruins para aos poucos melhorar essas qualidades. E devíamos saber também onde procurar ajuda, para srmos melhores ainda no que formos bons e ajuda para superar os desafios do que ainda não fazemos tão bem.

Rebecca Goldstein, autora e filósofa:
A coisa mais maravilhosa sobre a educação é que ela ilumina totalmente a sua mente. Você começa com um certo conhecimento, e o que você aprende é a sair deste seu mundo e olhá-lo objetivamente, questioná-lo, realmente entendê-lo, e saber a diferença do que é objetivo e subjetivo sobre o conhecimento.

Lord Bingham, Chefe de Justiça:
A coisa mais colossalmente importante, é que todos deveriam ter conhecimento, mesmo que razoável de história, de toda ela, e também sobre a política de seu próprio país.

Arcebisbo Desmond Tutu:
Nós devíamos saber que ningúem pode existir isoladamente, e por nosso próprio bem ter uma educação que nos dê capaciade de nos relacionar uns com os outros.

Paul Ormerod, economista:
O que todos deviam saber é a ler, escrever, e a calcular, pois são conhecimantos básicos e se você não puder fazer isso, você estará perdido no mundo de hoje. E também sobre a cultura da sociedade em que vivem, e trasnmitir o conhecimento de uma geração a outra.

Deb Leary, Associação Britânica de Mulheres Empreendedoras:
A habilidade de se projetar de uma forma positiva, e poder dizer “este sou eu, e estas são os feitos que realizei e estas são as coisas que produzi em minha vida.

Tim Jackson, Comissário de Desenvolvimento Sustentável:
O que devíamos entender é a própria  alma humana, pois ela é a natureza que nos define como ser e como ser biológico, como pessoas, e define como interagimos com as outras pessoas, com a sociedade e com o mundo.

Claire Melamed, ActionAid UK:
As crianças na escola, e os jovens na faculdade, eles não sabem como o mundo irá ser. O que eles precisam é de habilidades e conhecimento técnico, e um tipo de habilidade imaginativa, para serem capazes de cooperar com as mudanças dos tempos, analizar as implicações das mudanças em relação ao mundo. Ter essas habilidades pode fazer com que as pessoas lidem melhor com a mudança, para que elas aproveitem o momento, ao invés de simplesmente temer e resistir a ele.

Steve Pinker, teórico cognitivo:
As pessoas deveriam saber que suas prórpias mentes não funcionam muito bem, a memória é falível, e que quando você lembra de algo claramente não significa que aquilo aconteceu de fato. As pessoas são confiantes demais nas suas próprias crenças, e que elas acham certo. As pessoas são muito ruins em probabilidades, pois o que vem a nossa mente mais rapidamente, nós achamos que é o mais provável. Uma das coias que você aprende quando vai para escola é para aprender a pensar melhor do que quando você nasceu, você aprende novos instintos, aprende lógica, e aprende a pesquisar. E a não ser que você aprenda isso direito, você não vai conseguir aprender outras coisas direito.

Jen Lowthrop, RSA:
Educação é totalmente sobre inspirar os estudantes e fazê-los perceber suas próprias aspirações, não importando o que os outros já tenham feito, seus pais e irmãos façam, todas as crianças deviam ter a habilidade e a capacidade de entender que as possibilidades do que eles podem fazer são infinitas.

Robin Dunbar, antropólogo evolucionista:
As três coisas mais importantes na educação ainda são: ler, escrever e calcular, e a matemática é muito importante, pois tudo que fazemos na vida se baseiam nestes conhecimentos. No mundo moderno a matemática está ao nosso redor todo o tempo, e a língua é o que nós conecta com outros os outros seres humanos. E é muito importante perguntar também, o que mais? E aí entra a história, que nos diz como foi no passado e como viemos parar aqui hoje.

Emma Ridgway:
Devíamos estar atentos as mudanças que acontecem em nós, pois as pessoas dizem que não mudamos e isso é uma armadilha. Mudamos pelas circunstâncias, pelo mundo a nossa volta, e pelas experiâncias que acumulamos, nós estamos mudando a todo tempo. Então é muito mais interessante reconhecer essas mudanças e apreoveitá-las, aproveitas esse crescimento. Não importa se errarmos, pois aí podemos tentar de novo, isso significa que podemos aprender a sermos o que queremos, não importando o que é dito sobre nós.

Sunder Ktwala, Sociedade Fabian:
Não estamos falando apenas de focar as pessoas no mercado de trabalho, e sim sobre educar cidadãos, educar as pessoas a fazer parte da sociedade de uma forma ativa, saber o que precisamos saber para ser bons cidadãos. Saber quem somos, nossa história, do nosso país, como chegamos onde chegamos, e o que é necessário saber para ser parte disto de um modo que contribua para o todo.

Nina Power, Roehmapton University:
O único meio de realmente saber sobre uma coisa é se você mesmo tiver a vontade de saber destas coisas, e o que todos deviam saber é que elas podem aprender o que não sabem ainda.

Agora é sua vez, diga: Qual o tipo conhecimento que todos deveriam ter?

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Tempo, espaço e códigos do design

Diurno, Aula 04 – 22.03.2010

Para Flusser a base de toda cultura é a tentativa de enganar a naturaza por meio da tecnologia.

Rafael Cardoso

O vídeo acima se chama “elevated”, criado pelos grupos RGBA e TBC, indicado neste post do blog 100nexos.

O filme acima foi gerado por um pequeno arquivo de 4KB, contendo informações procedurais e instruções matemáticas que o computador calcula. Com apenas poucas linhas de código foram geradas as montanhas, a neve, a água, o sol e até a música que acompanha o vídeo. A programação procedural vem sendo muito utilizada atualmente por ser fácil de programar e gerar instruções não-lineares, dinâmicas e auto-generativas.

As mídias líquidas

E continuando com a conversa sobre o “Mundo Codificado”, entramos no capítulo Códigos, que traz a tona questões sobre a comunicação, o modo como representamos a realidade, o estado de organização da sociedade atual, o que ela produz e como ela pensa.

A conversa da sala se inicia com citações do autor, em que ele afirma que hoje em dia existe uma degeneração dos signos, o modo como eles são transmitidos mudou com as novas mídias, e isso muda todo o processo de comunicação atualmente. Vejamos este esquema de como McLuhan via o método de transmissao de informação:

Esquema Emissor-Receptor McLuhan

Esse modelo foi extremamente importante e inovador no final da década de 60 quando foi lançado. Tendo o meio como objeto de estudo, McLuhan também faz outra afirmação inovadora, diz que as ferramentas são uma extensão do corpo e dos sentidos do homem. Sendo essas ferramentas indispensáveis para a transmissão da informação, conclui-se que um homem sem ferramentas, isto é, sem acesso aos meios de comunicação, é uma espécie de “aleijado social”, num nível diferente de auquisição e retransmissão de conteúdo.

Flusser se baseia nesses conceitos e diz que na contemporaniedade o homem naturalmente transcendeu as ferramentas. Isso porque na busca por extender-se além das mídias ele as convergeu numa linguagem: a digital.

A linguagem digital, como dito nos posts anteriores, é “descoisificada”, ela ultrapassa os limites do plano físico, e pode ser simulada de diversas maneiras, independente da mídia, ou o meio que ela usa para ser passada. Esse novo pensamento muda a forma de comunicar, da mesma forma que os estudos de McLuhan influenciaram a sua época.

O digital está desterritorializando os meios, pois ele faz com que todos falem uma mesma língua, e essa língua não tem um lugar definido, ela é flúida, líquida, maleável, e ela está em todo lugar.

A sensação difere da ação pelo seu tempo de duração

Seguindo com a conversa sobre a desterritorialização e consequentemente a liberdade e a gama de possibilidades que esse fenômeno gera, discutimos sobre como a sociedade parece ser contrária a isso e como ela é formatada linearmente. Quando academicamente se diz “sociedade”, geralmente se fala dos outros, de como a “massa” é formatada, de como ela segue os padrões impostos cegamente, e nós, os grandes universitários e intelectuias estamos distantes dessa realidade opressora. E obsevando atentamente, parece não ser assim.

Sua vez!

Fato: todos somos formatados do instante em que nascemos, e assim seguimos conforme crescemos. O “mundo” formata o pensamento infantil na linha, dentro da linha, ele arranca a natureza presente na criança e artificializa seu pensamento. Ocorre uma inversão, em que o pensamento artificial se torna natural em nome de uma produtividade prática indefinida e no fundo ninguém sabe exatamente o porque de agir assim, “eles” apenas repetem o que lhe foi imposto. Parece meio confuso, e talvez exagerado, mas isso afeta seriamente o modo como agimos pelo resto da vida, pois o ensino na sua totalidade é artificial.

E na verdade, quem perde muito com isso somos nós, designers e outros profissionais de áreas ligadas ao sentimento, à expressão, comunicação. Nos tornamos apenas projetisitas de respostas, devido a essa artificialidade. Apenas resolvemos problemas (geralmente criando outros, mas essa é uma outra história), e agimos sem refletir. Sem reflexão e questionamento, o mundo para.  O designer deve projetar dúvidas e sensações. O desenho é outro, é diferente, o designer precisa desartificializar sua vida. A linearização das coisas, acaba por matar a alma delas.

O retorno da sensação

É disso que se tratam os tempos contemporâneos, e os desejos de quem vive nele: se reencontrar com a naturalidade da comunicação, das sensações e da vida em sua totalidade. Comunicar-se de uma forma que cause uma impressão, algo que nos lembre de quando não éramos formatados. E uma das tarefa do designer é esta: desertificializar o mundo. E o digital pode te ajudar.

Ao entrarmos em como o digital pode ajudar na desartificialização em geral, devemos pensar no aspecto ambíguo e contraditório em que entramos em contato. Abaixo vemos dois dos possíveis usos do digital:

Desenho

O digital é ambíguo e depende de uma característica essencial do designer: Postura. As decisões que o designer toma, não apenas na hora de “produzir design”, mas para sua vida toda.

Imagens e os novos meios

Os novos meios e a sua digitalização vem permitindo cada vez mais que não só designers e artistas produzam arte e conteúdo. Flusser já previa este fenômeno da popularização da manipulação de imagens, sons e filmes em seus estudos da década de 60 e 70. Hoje já não cortamos e colamos fita magnética, no mundo das não-coisas digitais, operamos no código delas. Depedendo da organização que você der para os códigos, do jeito que você brincar com eles, podem nascemr lugares, experiências, sons, sensações, como no vídeo no começo do post, apenas manipulando zeros e uns.

Youtube

E num mundo codificado como esse, o que pode ser chamado de um trabalho criativo? Ao trabalhar com códigos do digital, estamos trabalhando com imagens e sons que ainda não existem, a criatividade ocorre aqui num plano diferente do tradicional. Como brincar com as nanolinguagem dos bits, Dorival nos pergunta, como passear pelos caminhos da contemporaniedade, que se apresenta como um labirinto de possibilidades, em que cada esquina reserva milhões de outras possibilidades. Chega ser confuso e talvez exaustiva o turbilhão de informações em que vivemos, um mundo que é atualizado a cada minuto e quem tenta acompanhar a tudo se frustra, e é aí que Flusser entra e indica os caminhos do design contemporâneo e futuro.

Ele nos leva a pensar em como projetar naturalmente e evitar que a artificialidade de quem experimenta afete o propósito do projeto, o designer pensa nessas questões e as antecipa. O que importa como “produto” é a sensação que ele deixará nas pessoas que o compõem e que participama dele. A preocupação das artes, arquitetura, design e estudos, digamos assim, “plásticos”, sempre foi a FORMA, e hoje temos um objeto de trabalho diferente, como já foi dito, o TEMPO deve ser a plataforma de trabalho dos projetos direcionados às pessoas.Trocar a forma pelo tempo, brincar com ele, misturar suas camadas e seus planos. O tempo possibilita essa transição entre os planos de criação, as camadas do pensamento e do próprio sentimentos.

Então nos perguntamos: isso tudo para quê? Para as pessoas, claro. É por elas e por nós que nos preocupamos com esssas questões, organizar os códigos e construções da sociedade para melhorar a vida. E sem depender do meio em que isso é feito, os suportes digitais eliminaram a necessidades de suportes, eles fluidificaram os objetos e as relações que mantemos com eles. É o início de um mundo mais ”open”.

Links Relacionados:

McLuhan: Aqui e Aqui
Dave Bolinger
LiveBrush

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Linguagens Contemporâneas:

Design e Mobilidade

A disciplina de Linguagens Contemporâneas, do curso de Design da UNESP de Bauru, ministrado pelo Professor Dorival Campos Rossi, é o ponto de partida para uma investigação sobre a cibercultura, a Net Art e todas as outras formas de expressão hipertextual, seja ela real ou virtual.
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